Artigos de Jornal

Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay. O lobisomem costuma aparecer com a lua cheia, mas no hemisfério Norte ocorre em noites escuras, para fazer assombrações. E ele reapareceu recentemente nos EUA e uivou para Marte. O lobisomem costuma morder suas vítimas e como elas são cerca de 11 milhões vai desgastar sua língua. Uma pastora tentou fazer seu exorcismo, mas ele não se libertou dos espíritos malignos. Misericórdia! Também tivemos lobisomens no Cone Sul, nas décadas de 60 e 70 e eles fizeram muitos estragos, mas “ainda estamos aqui”.

O lobo mau, que pega criancinhas para fazer mingau na fronteira, e reativou as naves de acorrentados, anda acompanhado dos big techs que financiaram sua campanha. Em recompensa, promete apoiar os manipuladores da inteligência artificial, IA, para dominar o mundo. Mas os chineses e europeus também já têm a IA e mais barata. Expansionismo rima com nazismo.

Não estou preocupado com o mundo, mas com os EUA. O lobisomem acuado anda para trás e voltou à época do mercantilismo seiscentista se fechando. O aumento da taxação dos importados, num país desindustrializado, vai aumentar a inflação. A reindustrialização dos EUA é uma ilusão. A mão de obra americana é cara e não gosta de trabalhos sujos. O bad boy solta rojões e fogos de artifícios, mas a maioria deles pode dar chabu e queimar o fogueteiro, como os generais argentinos falidos que apelaram para a guerra de espadas nas Malvinas e se queimaram.

A deportação xenofóbica dos sem visa, em um país de imigrantes, e a demissão em massa de funcionários vai criar uma crise no mercado de trabalho. Já há falta de mão de obra em muitos setores. Esses imigrantes se sujeitando a salários menores que os nacionais, barateiam a produção e reduzem as reivindicações dos sindicatos. São eles os responsáveis pela produção agrícola e a construção civil e elas podem entrar em crise e deflagrar uma dolorosa estagflação.

A ideologia do MAGA (Make America Great Again) é a centenária doutrina “América para os Americanos”, com a construção de muros fronteiriços, fiscais e migratórios num mundo multipolar, com enorme interdependência comercial, de serviços e política só vai isolar mais o país. A saída dos EUA das organizações e acordos internacionais significa perder poder político e potencializar outras nações, especialmente as orientais. O rompimento com a OMS é expor o país às novas pandemias humanas e animais e criar maior dependência de medicamentos importados.

Não estamos mais na guerra fria. Com a quebra do monopólio atômico pelos EUA e Soviéticos, o mundo não é mais bipolar e não vai parar. Depois do tranco, as nações vão esquecer o big brother e estreitar parcerias com os confrades e seguir adiante. O MAGA contaminou de autismo-senil a capital do Império. “Pela água poluída que os yankees tem que engolir, pela fumaça, desgraça, que que os yankees tem que tossir. Deus lhes pague”. O mundo lamenta e agradece.